terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Oceano.

A minha rotina, por mais badalada que eu tenha à transformado desde o dia que você se foi, parece uma doença crônica. Sinto uma saudade oceânica dos nossos sábados normais e românticos, mesmo que ás vezes solitários, mas eram os nossos sábados, nos quais eu tinha você do lado pra abraçar e me sentir abraçada. Neles, incontáveis vezes eu te fiz dormir no meu colo, ou até mesmo na minha cama, quase nossa, e antes de sair, te cobri e me certifiquei de que você estava no ápice do seu conforto, para que nada nunca lhe faltasse. Das pizzas de domingo, nunca mais provei. É a única comida que quanto mais mastigo, mais vazia me deixa. Já me acostumei a deitar a cabeça no travesseiro e espantar o meu sono com as minhas lembranças. Impossível esquecer aquelas trocas de olhares, os abraços que tantas vezes me fizeram tão bem. Inexplicavelmente você deixou um vazio dentro de mim que ninguém jamais será capaz de preencher. Você não deveria ter partido. Afinal, e as promessas? Os nossos planos? É como plantar uma flor e não voltar pra regá-la. É como levar um filho na escola e não voltar pra buscá-lo. Não tive coragem de apagar as mensagens no celular ou rasgar as cartas que recebi. Em dias como esse, releio e consigo notar o quão tolo fomos, em acreditar que duraria. Você tão imaturo, e eu tão insegura. Não devíamos ter acreditado naquela frase de que "os opostos se atraem". Queria saber como você está, e como tudo tem acontecido na sua vida. O tempo tem passado tão depressa desde que paramos de nos falar, e eu já nem sei mais qual é a sua música preferida, ou a camisa que você mais gosta de usar. Ainda me frustro quando ouço o telefone tocar, na ânsia de que seja você. Não, nunca é. Depois de tanto tempo juntos, hoje é o primeiro dia 29 que eu não vou te ligar. Mas a falta que você faz é evidente. Eu sinto sua falta, mas me conformo, porque com o tempo a gente cresce e aprende que o que não é pra dar certo, não dá certo mesmo. Eu ainda te amo, mas não importa mais, é melhor continuarmos assim. Não é uma declaração ou um pedido pra voltar, mas sim um desabafo de que sinto sua falta.

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