Tudo está estranho. Digo os sentimentos, o relacionamento
que deveria existir, mas não existe de fato, o amor que deveria existir e se
esvai aos poucos, o carinho que não se encontra mais presente nas atitudes do
dia-a-dia. Mas mesmo com tudo que se
passa, mesmo com toda a estranheza que me afeta quando me levanto e quando me
deito, não nego que o sentimento existe. Ele está presente em mim, e não sei
dizer se quero que ele saia.
Machuca a dor de querer algo e já não saber se aquilo te faz
bem ou mal. Sabe-se que por um bom tempo, foi o que te fez sentir-se a melhor
pessoa do mundo, e que a partir da existência de tal, criaram-se planos, sonhos
e afins. Mas, e agora? Agora que não
está mais presente de fato na sua vida, não se encontram diariamente, não se
conhecem por inteiro. Como planejar algo? Eu nem sei mais a sua bebida favorita
ou a camiseta que você mais usa. Fecho os olhos e me lembro com carinho de
você. Tivemos bons momentos, apesar de nunca termos tido esses momentos de
fato. Mas mesmo assim, todos eles do seu lado, foram inesquecíveis. Até mesmo aquilo que não vivemos foi especial,
porque sonhar com você, sonhar os nossos sonhos, foi especial. Ter uma pessoa
como você do meu lado durante tanto tempo, foi algo que não se esquece, porque
isso é seu. Você é assim: engraçado e sério, doce e amargo, sincero e
mentiroso, quente e frio, tudo em seu devido momento, tudo em sua devida
quantidade. E é isso que faz de você alguém melhor, alguém que eu quis ter do
meu lado por tantos anos.
Vez ou outra, me pego pensando em como seria se não tivesse
acontecido nada do que aconteceu. Aquela eterna melancolia, do “e se”. Milhares
de perguntas na minha mente, no coração, fazem com que eu voe pra qualquer
lugar distante, em um lugar onde só existem possibilidades, onde tudo começa e
nada termina. E se tivéssemos só discutido e você não tivesse perdido a cabeça
e jogado tudo fora? E se a vida tivesse preparado outro desfecho pra nós dois,
pra essa história tão bonita? E se tivesse existido mais coragem?
Sobreviveríamos? Seríamos tão felizes quanto sonhamos?
Fizemos o melhor que podia ser feito. Jovens demais pra
fazer algo além do que conseguimos. Além disso, seria um grande passo, fazer
algo maior pra darmos certo. Você não teria coragem. Seria necessária uma
reviravolta na sua vida, com obstáculos, e você não se sentiria confortável, eu
te conheço. Nunca te disse o quanto senti raiva, da sua covardia. Do quanto me
senti traída, com a sua desistência. Parecia que jogávamos xadrez. E você
abandonou a partida sem nem sequer mexer uma única peça no tabuleiro. Doeu. Como
as inconformadas, persegui você, de forma muda nas redes sociais. Seguia cada
passo seu, e a cada sorriso, aquilo me machucava mais. Quando você consegue
perceber que sua ausência não provoca dor em alguém, são sensações
inexplicáveis, acredite.
Afastei-me. Decidi parar de promover meu próprio sofrimento.
Sou contra autoflagelação, porque provocava tanta dor em mim mesma vendo você
viver sua vida, enquanto a minha continuava ainda por você? Segui. Até que
pouco tempo depois, você voltou. Quis voltar. Sabe o que é isso pra alguém?
Sabe qual é a sensação? Aposto que não consegue entender. Mas não te cobro
muito, até porque a culpa é minha. Eu quem deixei que você fosse assim comigo.
Hoje, não sei o que fazer com o que sinto. Sei que
sentimentos por você são sinceros dentro de mim, e que existem de forma plena e
real. Porém, são diversos fatores que dizimam nossas chances. Às vezes penso em
como seria bom, voltar a ter você nos fins de semana, assistindo filmes na
sala, abraçados. Mas não entro mais em um jogo pra me ferir. Não me disponho a
sofrer, a me machucar. Tempo eu já dei demais, pra mim mesma pensar no que
fazer, e em como fazer. Sei que te amo, e que nunca deixei de te amar, porém,
depois de tanta dor, eu ainda não sei se a nossa história ainda consegue ter um
final feliz.
# These five
words in my head scream: “are
we having fun yet?”
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